Objetivo: subsidiar a prática e a reflexão de todos os envolvidos com uma pedagogia para a infância, na construção de um novo paradigma para a educação infantil.
Meta:
assegurar uma educação infantil de qualidade, e garantir as crianças condições de aprender sobre o mundo e sobre si mesmas e desenvolver-se como cidadãos conscientes da importância de se construir uma sociedade justa e democrática.
Formular uma Orientação Curricular para a educação infantil baseada em uma concepção de educar e cuidar voltada para a apropriação e transformação pela criança de até 6 anos de idade, de bens culturais por meio de diferentes linguagens e de criativas formas de interação com o ambiente.
INTRODUÇÃO
As pré-escolas e creches têm tido importante papel na história da educação infantil em nosso País, e tiveram, ao longo dos anos, que repensar suas funções e seu papel político em relação às crianças filhas de famílias de baixa renda por elas atendidas.
Tiveram que superar posições assistencialistas e criar condições para a educação de crianças de até 6 anos como um direito constitucional em uma luta que teve ativa
participação dos movimentos operários, dos movimentos de mulheres, dos movimentos de redemocratização do País, além, evidentemente, das lutas dos próprios educadores. ASSISTENCIALISTA/DIREITO/????
Na década de 1980, surge a luta pela construção de uma sociedade brasileira
menos desigual, um conjunto de pesquisas voltou-se para compreender os fatores
que impediam a efetivação de uma educação infantil de qualidade como direito de
toda criança. QUALIDADE
Naquele momento, era apontado que, sem modelos adequados para servir como
referência para o trabalho pedagógico e com a ausência de uma política de formação
específica para o profissional de educação infantil, acabou gerando no país um modelo de atendimento pobre para a pobreza, e de baixa qualidade, no sentido de propiciar poucas mudanças nas capacidades infantis. FORMAÇÃO EDUCADOR
Uma renovação, começou a se esboçar com a nova Constituição de 1988 que incluiu a creche no sistema de ensino colocando-a com a pré-escola, no nível denominado educação infantil.
Novas perspectivas - para o trabalho com bebês e as crianças pequenas, revelando a necessidade da educação infantil superar a dicotomia entre cuidar e educar e construir uma cultura própria em um modelo que atenda às especificidades da faixa etária de 0 a 6 anos.
Na última década, diretrizes oficiais e referenciais de âmbito nacional foram
estabelecidas para apoiar a elaboração da proposta pedagógica, a responder à autonomia determinada pela LDB, que reconhece a riqueza e a diversidade das realidades brasileiras.
Normas comuns foram definidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
educação infantil – DCNEI, instituídas em 1999 pelo Conselho Nacional de Educação, e orientam:
A organização, articulação, desenvolvimento e avaliação das propostas pedagógicas;
- Com princípios éticos (da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum);
- políticos (dos direitos e deveres de cidadania, do exercício do pensamento crítico e do respeito à ordem democrática)
- estéticos (da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais).
As propostas pedagógicas devem promover práticas de educação e cuidado que tratem de modo integrado os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, lingüísticos e sociais da criança, entendendo-a como um ser integral.
As propostas pedagógicas busquem a interação das diversas áreas de conhecimento e os aspectos da vida cidadã a partir de atividades ora estruturadas, ora espontâneas e livres.
As práticas culturais vividas no cotidiano das instituições sejam estimuladoras do desenvolvimento das crianças, e promotoras de:
• um pensar criativo e autônomo
• uma sensibilidade que valoriza o ato criador e a construção de respostas singulares;
• uma postura ética de solidariedade e justiça, e a posicionar-se contra a desigualdade, o preconceito, a discriminação e a injustiça.
As situações criadas cotidianamente nas escolas possibilitem:
• conviver, brincar e desenvolver projetos em grupo,
• cuidar de si, de outros e do ambiente,
• expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens,
• compreender suas emoções e sentimentos e organizar seus pensamentos,
• ter iniciativa e buscar soluções para problemas e conflitos,
• conhecer suas necessidades, preferências e desejos ligados à construção do
conhecimento e de relacionamentos interpessoais,
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Alguns princípios básicos podem guiar a efetivação do compromisso apresentado:
a. o desenvolvimento da criança é um processo conjunto e recíproco.
b. educar e cuidar são dimensões indissociáveis de toda ação educacional.
c. todos são iguais, apesar de diferentes: a inclusão de crianças com necessidades
educacionais especiais.
d. o adulto educador é mediador da criança em sua aprendizagem.
e. a parceria com as famílias das crianças é fundamental.
a) O desenvolvimento da criança: processo conjunto e
recíproco (trocam experiências e algumas práticas culturais).
Nas interações com parceiros de seu meio (colegas/professores/família/objetos/eu), as crianças mobilizam seus saberes, ao mesmo tempo em que os modificam.
* oportunidades de trocar experiências
em que elas reorganizam o que existe e criam novos significados.
Algumas práticas culturais que podem orientar o planejamento dos ambientes de aprendizagens das crianças, são:
• brincar com companheiros,
• investigar aspectos do ambiente que instigam sua curiosidade,
• cuidar de si e valorizar atitudes que contribuem para uma vida saudável,
• apropriar-se das linguagens que circulam em seu meio sociocultural,
• apreciar uma apresentação musical,
• realizar um desenho,
• participar da recontagem de contos de fada, da tradição africana, indígena e outras.
• encenar uma história cujo enredo foi criado pelas crianças apoiadas pelo professor,
• antecipar formas de escrita, e muitas outras,
• explorar recursos tecnológicos e midiáticos: gravadores, projetores, computador, e
muitos outros.
b) Educar e cuidar: dimensões indissociáveis de toda ação
educacional
Cuidar da criança é atender suas necessidades físicas (sono, à fome, à sede,
à higiene, à dor).
Inclui acolher, garantir a segurança e alimentar a curiosidade e expressividade infantis.
Inclui ter sensibilidade e delicadeza, sempre que necessário.
Portanto, cuidar e educar são dimensões indissociáveis de todas as ações do educador.
O profissional da educação infantil educa e cuida as crianças à medida que:
- eliminação de preconceitos étnico-raciais;
- fortalecendo a auto-estima e os vínculos afetivos ;
- ampliar as possibilidades de compreensão de mundo e de si próprio ;
construir atitudes de respeito e solidariedade;
promover a educação pela paz, pela liberdade, pelo respeito à vida, pela formação de
vínculos entre as pessoas e entre elas e os outros seres vivos.
c) Todos iguais, apesar de diferentes: a inclusão de crianças
com necessidades educacionais especiais.
Assegurar a todas as crianças com necessidades especiais condições de acesso e
permanência , onde podem ter contato com diversas experiências e conteúdos que lhes favoreçam sua aprendizagem e seu desenvolvimento.
O desafio ao professor??????????????????
Perceber
cada criança para apoiá-la em suas especificidades; promover situações de
interação com as outras crianças, seu planejamento deverá possibilitar o envolvimento dessas crianças em diferentes atividades que podem ocorrer simultaneamente em pequenos grupos, pode rever e construir suas práticas conforme a necessidade apresentada".
O professor cuida e educa uma criança com necessidades especiais quando ele:
- acredita que sua vivência na escola será benéfica.(alunos/professor)
- estrutura os ambientes de aprendizagens, proporcionando condições para participação e interação;
- prepara cuidadosamente as atividades que propõe.(muita dificuldade/ desmotiva);
- organiza atividades diversificadas em seqüências (avanços);
- prepara o espaço físico de modo que ele seja funcional (locomoções e explorações);
- aprendizado de cuidar de si,(aquisição de autonomia /segurança pessoal);
- estabelece rotinas diárias e regras claras para melhor orientar as crianças;
- estimula sua participação em atividades que envolvam diferentes linguagens e habilidades, como dança, canto, trabalhos manuais, desenho, etc.,
- condições instrucionais diversificadas: trabalho em grupo, aprendizado cooperativo, uso de tecnologias, diferentes metodologias e diferentes estilos de aprendizagem.
- oferece-lhe, sempre que necessário, um material adaptado para ela ter um melhor desempenho.
- realiza uma avaliação processual que acompanhe sua aprendizagem com base em
suas capacidades e habilidades, e não em suas limitações;
- estabelece contato freqüente com as famílias para melhor coordenação de condutas,troca de experiências e de informações.
d) O professor: mediador da criança em sua aprendizagem
Buscar: fortalecer as relações que elas estabelecem/ atividades significativamente variadas/ mediar a realização das atividades / otimizar o uso pedagógico de diferentes recursos.
Ele age de uma forma indireta: no arranjo do contexto/ os espaços, os objetos, os horários, os agrupamentos infantis.
E atua de modo direto: interação com as crianças/ apresentação de modelos/ respostas e perguntas/ ampliar seu olhar/ ensinar as regras sociais, etc
e) A construção de parcerias com as famílias
A família constitui o primeiro contexto de educação e cuidado do bebê.
Recebe os cuidados materiais, afetivos e cognitivos necessários ao seu bem-estar, e constrói suas primeiras formas de significar o mundo.
Requer que os educadores trabalhem para compreendê-las e tê-las como parceiras.
Existe um ideal de família???????
As diferenças existentes na sociedade foram nela criadas e constituem desigualdades, eles podem acolher diferentes formas de arranjos familiares.
Cabe ao professor: ouvir as necessidades das famílias/ o que espera da escola (expectativas e necessidades) / apreender as culturas familiares locais/ expor os objetivos propostos/ receber visitas, sugestões e observações dos pais/ incentivar a participação no Conselho e Festas;
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS
Subsidiar os principais instrumentos das equipes de educadores destas unidades para orientar o trabalho com as crianças: o projeto pedagógico, o currículo, e as programações didáticas.
O projeto pedagógico é o plano orientador das ações da instituição - elaborado
pela equipe de educadores, com a participação dos pais e crianças.
É um instrumento político que define as aprendizagens a serem promovidas em função de metas coletivamente traçadas.
O currículo é o conjunto de experiências, atividades e interações disponíveis no
cotidiano da unidade educacional e que promovem as aprendizagens das crianças.
A partir do projeto pedagógico e do currículo elaborado, os professores realizam
sua programação didática, que inclui o roteiro de atividades a serem desenvolvidas em cada turma de crianças e o modo de estruturar o ambiente de vivência e aprendizagem para melhor realizá-las.
O desejo de exploração do mundo e de si mesma
que toda criança vai construindo desde o nascimento, estimulada pelo meio humano em que se insere, requer a organização pelo professor de atividades significativas que a estimule a construir novas formas de ação, novos significados.
Vamos discutir quatro elementos que podem auxiliar o professor a planejar
seu trabalho:
• as interações e relações,
• o manejo do tempo,
• a estruturação do espaço e
• a seleção e uso de materiais.
A avaliação, não deve ter a finalidade de promoção das crianças, mas sim o acompanhamento do seu desenvolvimento.
Deve ser contínua e não ocorrer apenas em alguns momentos, e contemplar os objetivos pretendidos e as múltiplas facetas do desenvolvimento infantil propostas no projeto pedagógico.
A avaliação que mais deve interessar ao professor é aquela que não compara
diferentes crianças, mas a que compara uma criança com ela mesma, dentro de certo
período de tempo.
Para tanto, a observação sistemática deve ser feita ao longo do período em muitos e diversificados momentos, é condição necessária para se levantar como ela se apropria de modos de agir, sentir e pensar culturalmente constituídos.
( ALUNO E DO PROCESSO)
Pode ajudar o professor a reorganizar as atividades de modo mais adequado à realização dos propósitos infantis e das aprendizagens coletivamente trabalhadas. / locais, momentos, materiais, instruções, apoios/ modalidades organizativas (seqüência didática, ou atividade permanente, ou projeto), formas de agrupamento das crianças e outras.
INTERAÇÕES E RELAÇÕES
A forma como o professor desempenha seu papel é particularmente importante na
experiência de aprendizagem das crianças que com freqüência o imitam na interação
com companheiros, fazendo-lhes perguntas, dando-lhes explicações ou orientações,
elogiando-os ou advertindo-os, por exemplo.
É importante se planejar os momentos de ingresso de crianças (ADAPTAÇÃO), e de que o professor se constitua como uma figura de apego para ela.(REFERÊNCIA PARA CRIANÇA)
Iniciativas que podem auxiliar nesse período:
•
trazer alguns objetos familiares de casa;
• permitir que algum familiar permaneça na unidade durante os primeiros dias;
• i nserir a criança em atividades interessantes e estimulá-la a manipular objetos;
• organizar o ambiente (com objetos e locais mais livres para a locomoção);
• relatar diariamente para a família alguma situação da qual criança participou com
mais interesse;
• ao ocorrer o ingresso de mais de uma criança simultaneamente, outros professores possam ajudar em algumas de suas tarefas;
O ESPAÇO
A organização dos espaços se apóia no projeto pedagógico da unidade, que deve nortear as ações das crianças e do professor.
Têm que definir alguns critérios de qualidade para ele – ser aconchegante e acolhedor, acessível a crianças e adultos com locomoção limitada, estimulante, seguro, asseado, organizado, bonito,um arranjo cuidadoso do espaço favorece as interações e as aprendizagens de todas as crianças.
Uma forma hoje recomendada para a estruturação do espaço é pela organização
nos locais de aprendizagem de áreas circunscritas e arrumadas para a realização
de determinada atividade, seriam organizadas áreas de biblioteca, de faz-de-conta, de pintura, de construção, de música, de teatro, de atividades (jogos) na mesa, de informática . (FIXOS/ARRUMADOS)
A sala de convivência
necessita ser organizada para ocorrer "rodas de conversa", contação e leitura de histórias, assembléias diárias, dramatizações, bailados.
Áreas de descanso
ao longo do dia também devem ser pensadas.
E locais para guardar seu material pessoal, para expor suas produções, ou seja, suas "marcas".
O TEMPO
O tempo de aprender é tempo para realizar ou aguardar algo, para rever e para planejar.
Aspecto integrante do planejamento didático para as crianças viverem dois movimentos fundamentais, o de repetição do que sabem, conhecem , dominam, e o de contato com a novidade, novas atividades, novos espaços.
Na organização do tempo é importante que o professor:
• organize roteiros de atividades diárias;
a. de atividades coletivas (entrada, saída, pátio, celebrações e grandes festas),
b. de cuidado físico (higiene, alimentação, repouso),
c. destinados à realização de atividades diversificadas, brincadeiras e explorações;
d. que privilegiam atividades coordenadas pelo professor (a roda de conversa, a hora da
história, passeios, visitas, oficinas de artes, etc.)
e. onde as crianças podem participar livremente em atividades (no parque e outras).
• considere o tempo biológico das crianças para melhor ajudá-las na realização das
Atividades (atenção ou cansaço);
• garanta a variedade e a regularidade das atividades ao longo do tempo;
• organize as atividades ao longo da jornada diária, da semana, do ano;
OBJETOS E MATERIAIS
Oferecer os materiais necessários à participação das crianças em suas brincadeiras, à expressão das mesmas nas diferentes linguagens e ao trabalho delas em diferentes projetos de investigação e aprendizado.
O tipo, o número e a variedade dos objetos, brinquedos diversificados e em número
suficiente, livros, CDs, vestimentas, etc. (acessíveis/ autonomia/adequados as necessidades/não aleatórios/responsáveis pela organização);
AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS E AS EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGENS
Tem que reconhecer que cada vez mais as crianças têm, desde pequenas, contato com recursos como gravadores, aparelhos de som, filmadoras, projetores, computadores, além de TVs, DVDs e outros produtos da tecnologia do nosso
tempo.
Tais recursos se utilizam de diferentes linguagens, as linguagens midiáticas,
cujo uso pedagógico dá à criança a possibilidade de inclusão no mundo digital e de exploração de outras formas de interagir, brincar, pesquisar, descobrir, ler, escrever, comunicar-se de modo criativo, participativo e divertido.
E 2APRENDIZAGENS QUE PODEM SER PROMOVIDAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Foram reunidas em campos de experiências, que se alimentam da iniciativa e curiosidade infantil e do modo próprio da criança pequena criar significações sobre o mundo, cuidando de si e aprendendo sobre si mesma.
a. Experiências voltadas ao conhecimento e cuidado de si, do outro, do ambiente.
b. Experiências de brincar e imaginar.
c. Experiências de exploração da linguagem corporal
d. Experiências de exploração da linguagem verbal.
e. Experiências de exploração da natureza e da cultura.
f. Experiências de apropriação do conhecimento matemático
g. Experiências com a expressividade das linguagens artísticas.
Esses blocos de experiências, além de articulados em termos de conteúdos o são em termos da concepção de atividade exploratória (seqüência de ações e atividades) que os permeia.
As atividades exploratórias podem ocorrer quando as crianças estão brincando,
pesquisando o entorno, pintando, modelando argila, lavando as mãos etc
a) Experiências voltadas ao conhecimento e cuidado de si,
do outro, do ambiente
CUIDAR DE SI
Modos de cuidar são transmitidos por meio de práticas culturalmente instituídas e atualizadas de geração a geração. (cuidados voltados às necessidades físicas das crianças, além de ter um conhecimento básico sobre nutrição, metabolismo humano, saúde coletiva, processos infecciosos etc.)
APRENDER A RELACIONAR-SE
Ser acolhido e atendido em suas necessidades, ter amigos, conversar, explorar o
mundo e brincar com alguém ou discutir ou brigar com um companheiro, são alguns dos principais elementos que promovem o desenvolvimento infantil.
A ampliação dos vínculos, que a criança já construiu com seus familiares para
incluir novos adultos e crianças, é um processo importante e delicado.(convivem
com a ocorrência de brigas, birras, disputas de objetos; envolvida em choros,
mordidas, silêncios, reclamações, revanches,etc).( PROF.MEDIAR)
SABER DE SI
Educar e cuidar as crianças é ajudá-las a trabalhar uma área muito especial: a de
conhecer a si mesmas. Elas podem aprender a perceber como agem nas situações, a
expressar suas intenções ( sede, fome, dor, frio, medo), pensamentos e sentimentos e a ser um aprendiz confiante.
Sua sensibilidade é fundamental para ajudar o conjunto das crianças a superar estereótipos e preconceitos, lembrando que ele é um modelo que a criança poderá imitar no modo de tratar a si própria.
CUIDAR DO AMBIENTE
A construção de atitudes e saberes ecologicamente recomendáveis, ou seja, a
formação de atitudes, valores e saberes relativos ao planeta Terra e às formas como
os homens exercem ações que preservam ou destroem o ambiente da natureza e
aquele culturalmente construído.
Ações: a jogar lixo em recipientes próprios, separando, com a ajuda da professora, papéis de outros materiais que podem ser reciclados, a reparar objetos que foram estragados, a cuidar e preservar as plantas em geral e a conhecer os cuidados que se deve ter em relação a animais de estimação.
b) Experiências de brincar e imaginar
Brincar é o principal modo de expressão da infância, a ferramenta por excelência para a criança aprender a viver, revolucionar seu desenvolvimento e criar cultura.
(interage com outro/ si mesma/ organiza pensamentos /afeto)
As brincadeiras tradicionais transmitidas de geração em geração são muito
apreciadas pelas crianças e constituem importante herança cultural.
O jogo de faz-de-conta desenvolve-se a partir das atitudes e desejos dos "jogadores"
que usam certos objetos na definição de uma situação onde há determinadas regras.
A criança passa a apreciar jogos de regras, aprendem a explicar as regras de uma brincadeira para outra criança; ainda construir brinquedos e cenários para suas brincadeiras.
c) Experiências de exploração da linguagem corporal
As crianças, desde o nascimento, atuam e dão significado ao ambiente em que vivem por meio de movimentos, que são interpretados por seus parceiros culturais e se tornam gestos que, por sua vez, compõem uma linguagem corporal.
A criança é capaz de obter, por meio do ato motor, aquilo que deseja alcançar, segurar ou levar à boca. O ato motor, também passa integrar um sistema compartilhado de símbolos, possibilitando a expressão de um desejo, ou de
um medo, por meio de gestos.
O conhecimento do próprio corpo, ou seja, a capacidade de nomear, identificar
e ter consciência de suas partes, assim como a construção de uma auto-imagem
positiva, está associado às oportunidades oferecidas à criança para a expressão e
para o conhecimento da cultura corporal do mundo em que vive.
A dança é uma manifestação cultural, pode ser compreendida como movimento humano articulado ao som (ou silêncio) e ao espaço.
Trabalhar grande variedade de músicas Culturas diferentes) / movimentos e os dois integrados.
As expectativas de aprendizagens ligadas à área corporal serão apresentadas
em três blocos: explorar o mundo pelo movimento, explorar o próprio corpo pelo
movimento e expressar e interagir com os outros pelo movimento.
d) Experiências de exploração da linguagem verbal
A linguagem verbal, uma das mais importantes heranças culturais, responsável por mudanças no modo como as sociedades se organizaram com reflexos no próprio modo de pensar das pessoas.
A linguagem verbal se expressa em dois domínios que se relacionam: o oral e
o escrito, ambos regidos por normas próprias, construídas nas diferentes práticas
sociais de comunicação entre os homens, na expressão de suas idéias, sentimentos
e imaginação.
Historicamente surge uma dúvida: "Deve-se ou não ensinar a ler e a escrever na pré-escola?"
As crianças devem ter um contato significativo com a escrita (não de forma mecânica) e sim no reconhecimento, compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever. Como diz Emília Ferreiro: Portanto, se a condição para a construção do sujeito é o contato com o objeto de conhecimento, não se pode negar seu acesso às crianças, é nas práticas sociais que a linguagem escrita se mostra em sua complexidade.
Na educação infantil os professores emprestam generosamente sua voz aos textos e se oferecem como escribas para que elas produzam textos na linguagem que se escreve, uma vez que ainda não sabem grafálos convencionalmente.
O trabalho com a linguagem verbal, seja oral ou escrita, está organizado em grandes blocos de aprendizagens:
• Comunicar-se no cotidiano
• Conversar em grupo em situações informais e em situações formais (para interlocutores experientes)
• Brincar com as palavras
• Conhecer narrativas literárias e desenvolver comportamentos leitores
• Usos e práticas da linguagem escrita
• A escrita do nome próprio
• Outras escritas infantis
e) Experiências de exploração da natureza e da cultura
Buscam entender o "como" e o "porquê" das coisas e dos fenômenos da natureza e da sociedade em que vivem. (ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS)
f) Experiências de apropriação do conhecimento
matemático
As pessoas lidam constantemente com pagamentos e trocos, calculam o tamanho de um tecido para poder fazer uma vestimenta,controlam o número de pessoas que estão em um ambiente e o número de dias que faltam para uma determinada data, etc.
Esses conhecimentos matemáticos disponíveis na sociedade são usados pelos mais experientes na sua relação com mundo, o que desperta a curiosidade da criança desde bem pequena e seu desejo de se apropriar também desse saber.
(TRAZER PROBLEMAS DO COTIDIANO)
Primeiro ter a "noção de número" para depois poder utilizar o sistema de numeração.
Explorar Números
Explorar o Sistema Numérico Oral
Contar Objetos
Ler e Escrever Números
Espaço e Forma
.
Medidas
g) Experiências com a expressividade das linguagens
artísticas
Se desenvolve especialmente através do jogo simbólico, mas também por meio da narrativa de histórias e de explorações variadas do desenho, música e teatro.
Na perspectiva de apontar orientações didáticas comuns à exploração da expressividade, pode-se dizer que, no trabalho educativo, a história da arte e as produções dos artistas nos diferentes campos (artes visuais, dança, teatro música,
etc.) não estão postas como objetos em si mesmos, mas sim a serviço do processo
criativo da criança, da construção de modos de fazer e pensar em diferentes contextos.
O espaço onde as crianças vivem suas experiências expressivas deve ser organizado sob dois pontos de vista: o coletivo (bom para o grupo) e o individual (sua produção).
LINGUAGEM MUSICAL
Os sons e a música constituem uma fonte importante de conexão cultural e desde muito cedo, o bebê já será dono de um repertório musical, do qual farão parte sons familiares, músicas e canções entoadas pelas pessoas que conhece.
Este repertório se ampliará e novos sons passarão a fazer parte do seu mundo.
(REPERTÓRIO AMPLO E DIVERSIFICADO)
As crianças podem participar cada vez mais de conversas sobre música: sobre as
características, instrumentos utilizados, sentimentos que despertam etc.
Do repertório da educação infantil devem fazer parte canções infantis tradicionais,
canções folclóricas de diferentes países e também canções do repertório popular.
O silêncio também pode e deve ser apreciado pelas crianças.
LINGUAGEM TEATRAL
O Teatro deve ser entendido como uma experiência completamente integrada às outras experiências vividas pelas crianças: a leitura de histórias, a brincadeira, a expressão plástica, a Música, o movimento.
Podem refletir sobre o que é específico desta arte: o espaço cênico, a presença de personagens, a dramaturgia, bem como sobre o cenário, o figurino, a maquiagem, objetos de cena, luz e som, elementos que compõem a linguagem teatral.
LINGUAGEM VISUAL
A criança pode construir ao longo de sua experiência, alguns fundamentos das linguagens visuais tais como ritmo, contraste, tamanho, cor etc. e que se relacionam com outras linguagens.
Tais conhecimentos se constroem na leitura, fruição e produção de atividades culturalmente organizadas tais como: desenho, pintura, escultura, modelagem, colagem, gravura, fotografia,etc. (evitar repetição e desenhos prontos);
São apresentadas e organizadas segundo os seguintes blocos:
1. A curiosidade e da criatividade visual
2. O desenho infantil
3. Espacialidades
4. A experiência com a cor
CONCLUINDO E RECOMEÇANDO
Espera-se que as expectativas de aprendizagens aqui destacadas possam
apontar caminhos para o traçado de objetivos de ensino e de aprendizagem e as
condições em que eles podem ser trabalhados, contribuindo para o planejamento de
propostas mais claras para os professores e mais desafiadoras para as crianças.
_____________________________QUESTÕES___________________________
1- Constituiu-se, historicamente, uma dicotomia que tem considerado a creche como local de cuidar da criança e a pré-escola como um ambiente de educá-la.
No documento da educação municipal Orientações Curriculares −Educação Infantil (SME/DOT, 2007), em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB 01/99), essa questão é enfrentada, no âmbito da educação de crianças de zero a cinco anos, considerando as relações entre o cuidar e o educar à luz dos conhecimentos
sobre o desenvolvimento humano, nesta etapa da vida, numa perspectiva que aponta para
(A) o intercâmbio entre enfermeiras/ babás, recreacionistas e professores, com vistas a construir propostas concretas de cuidar educando e educar cuidando.
(B) a redefinição do cuidar e do educar que, vistos como inseparáveis na educação de crianças de zero a cinco anos, devem integrar-se numa só meta: mediar o desenvolvimento sociocultural de nossas crianças desde o nascimento.
(C) a integração colaborativa entre os setores públicos de serviço social, saúde e educação, sob o comando deste último, para o atendimento integral das crianças de zero a três anos; ao passo que as de quatro e cinco anos deveriam ser atendidas apenas por professores.
(D) a participação cada vez mais efetiva das famílias nas ações diárias do cuidar, liberando os professores para o educar, próprio da formação profissional que eles receberam.
(E) a pesquisa no plano teórico-conceitual e no plano da intervenção didática, buscando respostas que iluminem as dosagens ideais de cuidar e de educar conforme a progressão do desenvolvimento da criança.
02. Considere as afirmativas abaixo, referentes às reflexões da autora a respeito do fator organização do ambiente.
I. A arquitetura, como organização do espaço, é uma linguagem que expressa, para além das paredes, uma ordem simbólica, valores, discursos. Assim, os ambientes das instituições de educação infantil estão vinculados às concepções pedagógicas escolhidas.
II. A organização do ambiente constitui parte irrenunciável do projeto educacional da escola de educação infantil, pois traduz a maneira de compreender a infância e seu desenvolvimento, bem como o papel da educação e do educador.
III. A maioria das escolas de educação infantil, públicas e particulares, apresentam adequada organização dos ambientes para a faixa etária de zero a três anos, mas para os de quatro e cinco anos, apenas uma pequena minoria está pedagogicamente organizada.
IV. A desigualdade fica registrada na escolha dos terrenos, na estrutura e na aparência da construção das escolas de educação infantil e, principalmente, no uso de materiais de qualidade diferenciada, evidenciando as diferenças em relação às classes sociais que são por elas atendidas.
Estão corretas APENAS as afirmativas:
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) II, III e IV.
(D) I e III.
(E) III e IV.
03. A pesquisadora afirma, quanto ao fator uso do tempo na organização das rotinas diárias da educação infantil, que vários teóricos defendem a ideia de que deve haver um equilíbrio entre momentos dirigidos e momentos livres, momentos de trabalho coletivo e momentos de trabalho individualizado, trabalho manual e trabalho intelectual, ao ar livre e no espaço interno. Diz ainda que essa alternância é pensada a partir de:
(A) um costume antigo, iniciado ainda nos primeiros jardins de infância, ligado a razões não documentadas, que se perderam no tempo.
(B) uma tentativa de dinamizar as atividades e evitar a acomodação dos profissionais que atuam com crianças de zero a cinco anos.
(C) resultados de pesquisa com crianças de dois a dez anos de idade, sobre déficit de atenção, em situações escolares e não escolares.
(D) preferência pessoal dos educadores e/ou da coordenação pedagógica da instituição escolar.
(E) um mito pedagógico que afirma que as crianças têm sua atenção flutuante e pouco tempo de concentração nas atividades.
04. A respeito do fator seleção, construção e oferta de materiais na constituição das rotinas, a mesma pesquisadora conclui que os materiais, assim como os ambientes, são elementos de uma educação indireta porque:
(A) de acordo com os materiais oferecidos às crianças, pode-se construir diferentes tipos de rotinas com vistas a desenvolver modos de ser, de se identificar socialmente, de pensar, de solucionar problemas.
(B) sem materiais adequados à faixa etária das crianças, pouco ou nada os educadores podem organizar de atividades das rotinas diárias que precisam ser diversificadas e alternarem-se quanto ao tipo.
(C) desvia o foco da relação professor/ aluno para a relação criança/ materiais, numa tendência de desvalorizar a atuação dos professores, substituindo sua criatividade por módulos fechados, ancorados em materiais.
(D) com uma seleção farta e adequada de materiais, as crianças precisam pouco da intervenção dos educadores, pois ficam motivados e envolvem-se em atividades que elas próprias criam.
(E) a educação propriamente dita prescinde de materiais específicos e pode-se fazer aproveitando os corpos das crianças, lousa e giz, papel sulfite e bastões de cera, além de muita criatividade do professor.
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